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Robótica e Inteligência Artificial estão entre os temas apresentados na Mostratec-Liberato

By 23 de outubro de 2024 Sem comentários

A área da tecnologia atrai jovens pesquisadores de 12 países e 21 estados brasileiros na 39ª Mostratec-Liberato – Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia. O evento, que ocorre nos pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo/RS, é o maior do gênero na América Latina e sua organização é feita pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, tendo o
Sebrae como parceiro na realização do evento. A feira está aberta até o dia 24 de outubro, das 13h30 às 21h, com entrada franca.

No total da Mostra, são apresentados 795 projetos de estudantes do ensino médio e técnico, do ensino fundamental e da educação infantil. Além da Mostra, acontece também a Mostratec-Liberato Júnior, o Seminário Internacional de Educação Tecnológica (Siet) e o Desafio de Robótica Mostratec-Liberato Atto. O Desafio de Robótica Atto, é uma atividade em formato de arena, onde equipes devem construir, fazer a programação e testar robôs. Após os desafios iniciais, quatro robôs finalistas brigam pela Batalha de Balões, na grande final. “A nossa grande inovação nesse ano foi buscar mais parceiros para a competição. A gente conseguiu convidar escolas de mais longe, por exemplo ano passado tínhamos mais cidades vizinhas, agora temos de Caxias do Sul, que é um pouquinho mais distante. Já para o ano que vem a gente pretende fazer para mais escolas”, comenta Bruno Araujo da Rosa, Coordenador da Robótica Mostratec-Liberato.

Ele explica que mesmo que muitas escolas já tenham colocado a robótica na sua grade, isso ainda deve ser mais difundido. “A gente tem que evoluir para poder integrar a robótica com outras disciplinas, como a matemática, a física, até a geografia. É possível montar uma arena que é um mapa-múndi e mostrar geograficamente o que o aluno pode fazer. Inserir a robótica
em várias disciplinas. E esse elo de ligação que está engatinhando”, fala Bruno. Segundo ele, os alunos se divertem na Mostratec-Liberato vindo animados para montar os robôs de manhã e competir à tarde. “Se tu perguntares se eles têm robótica lá na sua escola, eles respondem um sim, muito empolgados. Eu acho que isso ajuda inclusive nas outras matérias, eles têm um
incentivo para irem a aula. Vão melhor até em outras disciplinas”, completa.

É o que comprova Joana Gabriela de Santos Dapper, de nove anos, estudante da Escola Municipal Ver João Brizola, de Novo Hamburgo/RS. ‘Eu vim aqui hoje tentar competir e aprender coisas novas porque eu adoro robótica. E junto com meus colegas fica mais legal. Na minha escola a professora chama alguns alunos das turmas, aí no contraturno a gente faz a aula de robótica. O que eu mais gosto de fazer na aula de robótica é a Programação. Eu sempre estou com alguém pra me ajudar. Têm partes da Programação que são bem difíceis e partes simples. O que eu mais gosto de programar é um robô que levanta uma mãozinha. Eu acho isso incrível, diz Joana.

Outra experiência para o público infantil é a Mostratec-Liberato Junior que demonstra o apoio para a ciência, pesquisa e tecnologia desde tenra idade com crianças a partir de três anos até o ensino fundamental. Está é uma forma de estimular essas crianças, para quando chegarem ao ensino médio ou técnico, continuarem pesquisando.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Por sua vez, nos estandes da Mostratec-Liberato, também é possível verificar, além do interesse por robótica, o olhar para a Inteligência Artificial, principalmente dos adolescentes. Letícia Meirinho Lima, de 17 anos, aluna do 3º ano do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense, de Camboriú/SC juntamente com seu colega Rhai Vitor dos Santos, querem levar o Lego Spike Prime, que é uma parte do Lego que é focada em robótica, para as escolas de Ensino Fundamental II, ensinando para elas Programação e incrementando as disciplinas de geografia e de sustentabilidade. “Escolhemos esse assunto, pois já participamos do ensino técnico de informática e sempre achamos muito importante a área da educação e mostrar o envolvimento da informática com a educação com a educação infantil. Elas também podem aprender sobre sustentabilidade, porque se a gente quer mudar o mundo com essa questão de reciclagem, tem que começar pelo público infantil”, opina Letícia.

Ela comenta que a dupla fez três robôs ensinando sobre questões climáticas, mudanças climáticas, ensinando também os combustíveis menos poluentes ao mais poluentes, reciclagem do lixo e separação de resíduos. “O robô não faz especificamente a separação do lixo, mas ele vai mostrar a cor certinha e ensinar para a criança o nome da cor. Já na questão da mudança climática, por exemplo, se a gente quiser saber onde está chovendo, o robô vai mostrar a previsão. Ele levanta um óculos de sol, se tiver sol, e o guarda-chuvinha se tiver
chuva”, conclui Letícia.

Já buscando melhorias para o âmbito da saúde, Ana Elisa Guirao Gomes, de 16 anos, estudante do 2º ano do Colégio Dante Alighieri, de São Paulo/SP, desenvolveu um projeto que pega uma base de dado de exames e consegue estabelecer um padrão da inteligência artificial. Ela padroniza esses exames e consegue saber o quão próximo o paciente está de desenvolver uma ou outra doença. E com isso se consegue saber tanto a chance das doenças que ele já tem, ou seja, a probabilidade de ter uma doença agora, ou vir a desenvolver no futuro. ‘Eu acho que a Inteligência Artificial é uma área capaz de fazer análises muito diferentes, coisas muito rápidas. O meu projeto, fala sobre diagnóstico precoce”, diz.

Ainda na área da saúde, Gabriel Cavalheiro Backes, João Gabriel Dávila dos Santos e Eduardo Natanael Rodrigues estudantes do 4º ano da Fundação Escola Técnica Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo/RS, criaram um sistema de monitoramento para pessoas que sofrem de crises de epilepsia. “Tem um colega nosso, o Tomás, que quando ele era criança ele tinha bastante crise de epilepsia. Então conversamos com ele, com a família dele e o problema que eles enfrentavam bastante era a vigiar o Tomás quando ele era criança. Então se baseando nisso, a gente teve o tema para o nosso projeto. O projeto é um sistema de software integrado de monitoramento residencial. Então, esse nosso sistema poderia monitorar 24 horas essas pessoas com essa doença e avisar os familiares quando eles tivessem uma crise e acionar o socorro mais rápido”, fala Eduardo, de 18 anos. Ele e seus colegas usaram um sistema específico de I.A “É feito um monitoramento através de câmera com a machine learning, que é o aprendizado de máquina, um tipo de inteligência artificial”, termina ele.

A Mostratec-Liberato é uma realização da Associação de Pais e Mestres (APM), da Fundação Liberato, através da Diretoria de Pesquisa, Inovação e Extensão e do Sebrae/RS. Conta com o patrocínio do Sicredi, do Banrisul, da Petrobras, do CNPq e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Governo Federal.

Foto: João, Gabriel e Eduardo.

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